A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo recebeu as chaves do prédio da futura Fábrica de Cultura 4.0 de São Bernardo, no ABC paulista. A unidade, a primeira com atividades voltadas à tecnologia e à inovação, ficará no terreno que abrigaria o Museu do Trabalho e do Trabalhador (MTT), que foi transferido ao Governo de São Paulo. A entrega foi oficializada pelo prefeito do município, Orlando Morando (PSDB), para o Secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
Além das atividades tradicionais das Fábricas de Cultura (cursos de formação artística e ações ligadas ao teatro, à dança, à música e ao circo), a unidade de São Bernardo será um polo de desenvolvimento de tecnologias e das artes digitais. Com 5.428 metros quadrados, o espaço terá uma praça digital, uma “bibliotech” e áreas destinadas à robótica, programação e games. Também será disponibilizada estrutura de um coworking para incentivar a troca de experiências entre empreendedores e agentes culturais. “Estamos ampliando o escopo do programa Fábricas de Cultura e tornando-o mais relevante para os jovens de São Paulo, que a partir de agora poderão ter uma formação consistente em atividades culturais e criativas que envolvem tecnologia, como games e realidade virtual”, explica o secretário Sérgio Sá Leitão.
Com a transferência da administração, que marcou a conclusão das obras de infraestrutura, a Secretaria iniciará as intervenções internas e a compra dos equipamentos para colocar o espaço cultural 4.0 em funcionamento. A execução dos trabalhos será realizada em três etapas.
Na primeira, serão entregues o térreo, o mezanino e parte do 1o pavimento. Com a conclusão dessa fase, prevista para setembro deste ano, a Fábrica será aberta ao público e poderá oferecer 32 cursos e atender 15 mil pessoas por mês. A segunda, com entrega em junho de 2021, terá o 1o e o 2o pavimentos prontos, além da abertura do auditório. O número de cursos ofertados subirá para 103 e o público atendido chegará a 30 mil por mês. A terceira etapa prevê a Fábrica funcionando com 100% de sua capacidade. Serão oferecidos, no total, 308 cursos para 40 mil pessoas atendidas por mês.
O investimento para transformar o projeto em realidade será dividido entre o Governo do Estado de São Paulo, que destinará R$ 8 milhões, e a prefeitura de São Bernardo, cujo repasse soma R$ 4,5 milhões.
Essa será a 12a Fábrica de Cultura em São Paulo – e a segunda fora da Capital. A primeira está em Diadema, na Região Metropolitana. A gestão será feita pela Organização Social Catavento Cultural e Educacional, responsável por outras cinco Fábricas na zona leste paulistana. “Ao unir a arte e a tecnologia, a Fábrica de Cultura 4.0 de São Bernardo será a referência para as demais fábricas e também para as que serão implantadas futuramente”, diz Sá Leitão.
Histórico
A história da Fábrica de Cultura de São Bernardo começou em 2017, quando um convênio entre a prefeitura e o Estado tornou possível a utilização do terreno, que já contava com obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador. A área seguia embargada pela Justiça Federal desde dezembro de 2016, após os desdobramentos da Operação Hefesta, da Polícia Federal. Em setembro de 2019, a Justiça permitiu a retomada dos trabalhos e a conclusão do projeto que agora abrigará a Fábrica de Cultura.