Filarmônica de Minas Gerais se apresenta com o violoncelista francês Victor Julien-Laferrièrre

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O francês Victor Julien-Laferrière venceu o mais recente concurso Rainha Elisabeth da Bélgica. Nos dias 26 e 27 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais, o violoncelista se apresenta pela primeira vez no Brasil executando o Concerto para violoncelo em mi menor, op. 85, do inglês Edward Elgar, obra sempre em destaque no repertório de violoncelo. Ainda no programa, Genoveva, op. 81: Abertura, de Schumann, e a Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47, de Shostakovich. A regência é do maestro Marcos Arakaki.

a série de palestras sobre obras, compositores e solistas que a Filarmônica promove antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o convidado das duas noites será o percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio da Cemig por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre a Genoveva

Robert Schumann (Zwickau, Alemanha, 1810 – Endenich, Alemanha, 1856) e a Genoveva, op. 81: Abertura (1847/1848)

O ano era 1842 quando Schumann teve a ideia de compor uma ópera, e sua vontade era a de se basear em alguma lenda germânica. No entanto, uma severa crise de depressão o acometeu e deixou de lado o projeto até 1844, quando ele e Clara, já casados, se estabeleceram em Dresden. A partir daí, nasceram as principais obras sinfônicas de Schumann, incluindo o Concerto em lá menor. Genoveva, sua única ópera, foi estreada em Leipzig, em 1850, conduzida pelo próprio compositor. O enredo é baseado na lenda medieval de Genoveva de Brabant, esposa do duque da Bavária. A Abertura de Genoveva é um dado à parte. A capacidade de síntese (mais poesia que prosa) que Schumann sempre atingiu nas suas canções ou nas obras para piano raramente transparece em sua produção sinfônica. A abertura de sua ópera é uma exceção a isso. A atmosfera sombria que abre a peça, tão próxima das atmosferas de Wagner, não é senão o início de uma narrativa completa, que diz, por si, o que tem que dizer.

Sobre o Concerto para violoncelo em mi menor

Edward Elgar (Broadheath, Inglaterra, 1857 – Worcester, Inglaterra, 1934) e o Concerto para violoncelo em mi menor, op. 85 (1919)

A obra de Elgar, o primeiro compositor britânico a garantir um lugar fixo no repertório sinfônico internacional, foi decisiva para a renovação da música inglesa a partir dos últimos anos do século XIX. Porém, o ritmo de produção do compositor tornou-se bem mais lento depois da Primeira Guerra Mundial – a Inglaterra não era mais aquela que ele celebrara, e sua crença no progresso e na boa convivência entre os homens estava abalada. Elgar voltou-se para a música de câmara, compondo peças mais austeras, despojadas e repletas de tristeza e ternura. Última grande obra de seu período outonal, o Concerto para violoncelo apresenta uma orquestração contida, poética e opaca que, segundo Pablo Casals, “deixa livre a alma do instrumento”. Alguns movimentos são marcados pelo caráter melancólico, outros mais intensos e impetuosos. No geral, é uma peça que exige grande expressividade e virtuosismo do solista.

Sobre a Sinfonia nº 5 em ré menor

Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975) e a Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47 (1937)

Durante a década de 1930, Shostakovich sofria duras críticas no Pravda – publicação do Partido Comunista da União Soviética –, que taxava suas obras de extremamente progressistas, imorais e inapropriada para o consumo de massa. A resposta de Shostakovich aos ataques foi uma mudança drástica em seus planos. Mas tal mudança não ocorreu subitamente. Na época dos ataques no Pravda ele terminava a sua Quarta Sinfonia; uma execução da obra poderia levar a consequências trágicas, já que era muito distante do classicismo heroico desejado pelo Comitê Central. Ao perceber o risco que corria, Shostakovich cancelou os ensaios e começou a escrever uma nova peça, mais em conformidade com as diretrizes do Partido. Assim surgiu a Sinfonia nº 5, composta entre abril e julho de 1937 e estreada em novembro do mesmo ano. O imenso sucesso ajudou a reabilitação de Shostakovich e lhe possibilitou encontrar uma linguagem que lhe permitiria continuar a compor, com toda a força de seu talento, por mais 30 anos.

Maestro Marcos Arakaki

Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007).

O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfônicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filarmônicas de Buenos Aires e da Universidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e BoshlavMartinuPhilharmonic da República Tcheca.

Arakaki tem acompanhado importantes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, SofyaGulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, ChloëHanslip, LuízFilíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa.

Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinmanna American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em masterclasses com Kurt Masur, Charles Dutoit e Neville Marriner.

Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.

Victor Julien-Laferrière, violoncelo

Vencedor do Rainha Elisabeth em 2017, Victor Julien-Laferrière tem despontado como um violoncelista de destaque em sua geração. Vencedor também do primeiro prêmio da Spring Prague International Competition em 2012, o francês concluiu seus estudos no Conservatório de Paris e depois se aperfeiçoou nas universidades de Viena e na Mozerteum de Salzburg, com Heinrich Schiff e Clemens Hagen. Apresentou-se como solista com a Orquestra Nacional da Bélgica e as filarmônicas de Bruxelas, Bogotá e da Radio France. Também acumula ampla participação em programas camerísticos em festivais europeus e aparições em rádio e TV, como a France Musique, a BBC de Londres e a Mezzo. Seu primeiro disco de sonatas, gravado com o pianista Adam Laloum e lançado em 2016, foi celebrado pela crítica especializada, recebendo recomendações da Diapason, Classica e outras publicações importantes.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.

Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até dezembro de 2017)

950 mil espectadores

731 concertos realizados

975 obras interpretadas

102 concertos em turnês estaduais

38 concertos em turnês nacionais

5 concertos em turnê internacional

90 músicos

527 notas de programa publicadas no site

164 webfilmes (13 com audiodescrição)

1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral

4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica

3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)

1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)

3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)

1 trilha para balé com o Grupo Corpo

1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo

SERVIÇO

Série Allegro – 26 de abril – 20h30 – Sala Minas Gerais

Série Vivace – 27 de abril – 20h30 – Sala Minas Gerais

Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

Informações para imprensa:

Personal Press

Polliane Eliziário – polliane.eliziario@personalpress.jor.br – (31) 99788-3029